Pesquisar este blog

sábado, 14 de dezembro de 2013

Ana

Olhe lá fora Ana, conseguimos um momento só nosso. Ana olhou e ficou contente, ela não disse nenhuma palavra, apenas sorriu e me abraçou.

Naquela noite não sabíamos que estaríamos tatuando eternamente nas nossas memórias um momento que seria nossa referência de amor. Depois disso nada mais poderia ser igual, buscaríamos em nós mesmo futuramente aquela sensação, e depois de desistir da tentativa de repetir, buscaríamos em outras pessoas. Experimentamos algo que nunca mais sentiremos o sabor.

Temos o hábito de buscar a felicidade, uma sensação momentânea que funciona como uma droga, viciando o cérebro em busca de uma nova dose. Qual a sua diferença para qualquer outro viciado? Ninguém tem consciência das dores futuras e pensa que o eterno vai resistir ao próximo segundo.

Sem dizer nada, o soluço que era o espelho dos seus sentimentos me fez acordar e vi você chorando. Espantado, te abracei bem forte. Você no meu ouvindo disse como um desabafo:
“Mesmo que tudo isso venha ser o motivo da nossa separação, lembre-se que nunca antes estivermos tão unidos. Troco todos anos juntos, por mais um dia do que vivemos hoje. Foi nosso verdadeiro casamento. Nenhum outro ritual teria valor maior de entrega como hoje nos entregamos.”

No dia seguinte tudo se repetia, nosso pedido foi atendido e vivemos um momento de extrema felicidade. Coisa que jamais poderia sentir só. Mas no terceiro dia foi cobrado todo nosso futuro, e não ouve sintonia. Perdi você assim como um maestro que perde o compasso. Estava confuso ouvindo você dizer que precisava ir, que não sabia mais se era isso que você queria sentir. Você se foi como quem fecha os olhos para privar-se de toda a luz.

Sonhei com você 21 noites e na manhã seguinte aceitei sua partida. Comecei a duvidar que o preço da extrema felicidade foi realmente acertado como troca minha total tristeza. E duvidei de que em algum momento realmente senti aquilo.

Desisti de procurar você em outras pessoas, pois não era você o que eu buscava, era o que sentimos. Não foi nossa culpa Ana, mas hoje eu preferiria nunca ter te conhecido.