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sexta-feira, 9 de abril de 2010

Roberto Carlos na África?


Há menos de 70 dias para a Copa do Mundo, existem alguns jogadores em atividade no Brasil que, se dependessem da aclamação do povo para a convocação, certamente estariam na África. Entre os mais badalados estão Ronaldo, Neymar e Roberto Carlos. Porém, não quero debater aqui a obesidade de Ronaldo ou a juventude de Neymar, até porque independente do futebol que estejam apresentando em suas equipes, as posições em que atuam já estão praticamente preenchidas na Seleção, na cabeça do Dunga, é claro. Já Roberto Carlos ainda vê a posição de lateral esquerdo claramente vaga na amarelinha, apesar de Dunga já ter testado vários jogadores, ao longo de sua curta carreira como treinador. Indiscutivelmente não há no momento outro lateral esquerdo no mundo que esteja apresentando um futebol melhor do que de Roberto Carlos, até porque, devemos levar em conta o momento em que o Corinthians vive e sua expectativa pela conquista da Libertadores. Se analisarmos alguns jogos do Corinthians, podemos notar que muitas jogadas de ataque são feitas pela esquerda, principalmente quando jogam com o time misto. Mas será que o povo já se esqueceu do fracasso de 2006? Não foi o tal de Roberto Carlos o maior responsável pela derrota para a França, segundo a mídia, por causa do seu meião? O que quero dizer é que, ironicamente, as pessoas que hoje criticam e irão criticar o Dunga caso ele não convoque Roberto Carlos, são as mesmas que na última Copa o acusaram pela eliminação do Brasil. São aquelas que criticaram Felipe Scolari em 2002, por não convocar o Romário, e hoje o idolatram e sonham com seu retorno ao comando da Seleção. O mesmo acontecerá com Dunga, caso conquiste a África, será idolatrado com ou sem Roberto Carlos.

Por Marcio Santos

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Velhas bandas... novos álbuns...

Nesses últimos anos tem sido comum bandas de uma ou duas décadas atrás retornarem à ativa, lançando álbum de inéditas seguidas de turnês mundiais.



Se levarmos em conta o fracasso de St. Anger, podemos considerar o retorno oficial do Metallica no Death Magnetic, uma tentativa de voltar às raízes do trash metal, estilo que revelou a banda. Para falar a verdade, o Metallica foi trash apenas no inicio de sua carreira, depois tomou seu próprio caminho, já que se ouvirmos o Black Album (o melhor álbum da banda, comercialmente falando) podemos notar que o trash metal já não existia mais ali, muito menos nos álbuns Load e Reload. Particularmente falando o Death Magnetic não me agradou em nada, deixando clara a idéia forçada de "o velho Metallica está volta, nos aceite!". Se ainda lhe resta dúvidas, ouça a apelativa "The Unforgiven III".


Outra banda que também jazia em um confinamento de ilusões e glória do passado juntamente com seus fãs obteve um retorno conturbado. Após exatos 10 anos depois de anunciar um álbum de inéditas que nunca via a luz do dia, o álbum mais caro de todos os tempos e conseqüentemente o mais aguardado, causou polêmicas e problemas judiciais. Pois é, pra quem achou que o carnaval de Chinese Democracy acabaria quando fosse lançado, estava enganado. Inacreditavelmente dois meses após seu lançamento, Axl Rose tirou-o das prateleiras, devido a um desentendimento com a exclusiva loja distribuidora do álbum. Como se não fosse o bastante, Chinese Democracy está respondendo um processo por plágio, por causa de um sampler usado em uma de suas faixas. Somente um ano após o lançamento, Axl e sua trupe finalmente agendaram a turnê mundial, que teve passagem pelo Brasil. O que me agradou no Chinese Democracy, foi que em nada lembra o velho Guns. Axl não tentou trazer o velho hard rock que consagrou a banda no Appetite for Destruction de volta. Claro que o fato de Axl ser o único membro original e dono da banda, contribuiu pra que o álbum ficasse a sua cara.


Indo contra a incerteza de um retorno triunfal, uma banda que parece estar realmente sólida novamente é o Smashing Pumpkins, que retornou aos palcos a menos de 5 anos e já emplacou dois álbuns de inéditas nas prateleiras pelo mundo afora. Billy Corgan, após alguns projetos solos durante o hiato de sua tão amada banda, manisfestou publicamente seu interesse em reunir novamente o Smashing Pumpkins em meados de 2006. Entretato, sua bela baixista D'arcy Wretzky e o guitarrista de gênero discutivel James Iha recusaram a proposta de um possível retorno, devido a problemas com o excêntrico frontman. Apenas com o seu fiel baterista como aliado, Corgan contratou dois músicos para substituir seus renegados e trouxe novamente o Smashing Pumpkins aos palcos na turnê do álbum Zeitgeist, que foi muito bem recebido pela crítica. O álbum ora lembra o bom e velho Smashing com acordes simples e guitarras pesadas, ora traz uma sonoridade mais experimental com sintetizadores. Vale a pena escutar. Ano passado, a banda lançou American Gothic, um álbum com uma sonoridade mais acústica.


E pra terminar, outra banda que recentemente retornou aos palcos foi o Alice in Chains, uma das maiores da década de 90, na minha opinião. É claro que, o hiato em que a banda se encontrava se dava a um fato mais delicado. Porém o falecimento de seu vocalista original, Layne Stanley, parece agora ter sido superado e a banda lançou um álbum de inéditas no final do ano passado com um novo integrante. Não se pode dizer que as músicas desse álbum entrariam numa coletânea Greatest Hits, por exemplo, mas nos dias atuais, onde o rock se tornou algo tão fútil e clichê, esse álbum vem bem a calhar para quem está buscando uma alternativa para curtir. O álbum Black Gives Way to Blue, além de fazer uma clara referência ao falecido Layne em algumas letras, nas faixas onde o guitarrista Jerry Cantrell intercala os backin' vocals com o novo vocalista William DuVall, há a impressão de se estar ouvindo a própria voz de Layne cantando junto. As novas músicas seguem a mesma linha daquelas que marcaram a trajetória da banda. Eu recomendo.

Por Marcio Santos